A animação de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas trouxe ao mundo, em especial às crianças uma história encantadora, cheia de magia e aventuras, no entanto o que poucos sabem é que por trás desse belo conto existe uma alegoria com uma história muito mais introspectiva da própria Alice. Hoje trago-lhes nesse post a história por trás do conto, que será dividida em 3 capítulos, um por semana.
A Quadrilha das Lagostas-
Entendendo que a obra se trata do começo da adolescência de Alice, uma fase de conflitos e mudanças, neste capítulo três personagens atuam diretamente como símbolos dos conflitos da personagem.
A tartaruga e o grifo explicam à Alice o objetivo da quadrilha das lagostas, em que todo são obrigados a formarem pares com as lagostas, e atirá-las bem longe ao mar. Lagostas são animais que se abrigam em um casco, que são trocados no decorrer da vida. O mar traz um símbolo de expansão, do desconhecido e da partida em si. A partir disso cria-se a dança do questionamento sobre o abandono do casco que refere-se a infância, e o conflito entre se atirar ao mar - crescer - ou permanecer no casco, na areia - segurança, medo de crescer - tal como a tartaruga faz.
Alice fala aos animais de seu interesse no coelho branco, que aparece como um dos símbolos mais ricos da obra. O adjetivo branco nos remete à pureza e à inocência, características atribuídas às crianças, referências à própria Alice em relação à sua infantilidade. Devido à sua reprodução, o coelho também pode ser associado à fertilidade, que se inicia na menstruação da mulher - que é também um marco do abandono da infância e do início da sexualidade. Logo o coelho carrega nele sua dualidade, e é ele que desperta a curiosidade de Alice no começo da obra. A terra é outro elemento que aparece como símbolo de fertilidade, assim, quando Alice cai na toca do coelho branco, poderíamos perceber uma metáfora do retorno ao ventre para um renascimento que ocorre quando ela desperta. Continua...
Esse foi um dos três capítulos, espero que tenham gostado. Lembrando que semana que vem tem mais de Alice: a alegoria por trás do conto. Hasta la vista babies!!
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